Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nem nunca

Lavo a boca compulsivamente
para apagar o sabor do rebuçado
que acabei de tomar, iludindo-me,
a pensar que precisava açúcar,
quando o que precisava,
o que precisava mesmo
era ter na boca o sabor dum beijo teu;
como quando fodo a pensar que é foder o que quero
e no fundo,
por dentro e por fora do fundo,
o que queria mesmo era um abraço,
o abraço teu.

E tu nem onde nem nunca nada...!
Eu aqui e sempre,
sabão na pele,
mentol na língua.

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