Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Poetando-lhes (bonitamente) os arrotos (I)

Andam os cachorros das espanhas
com impunidade de estrangeiros
pelas esplanadas tugas
―verão foi sempre verões―
a devorar congéneres quentes
prévio arrefecimento dos ditos
sobre a mesa assim tipo metálica,
ocupadas as bocas em vozes
de que abrolha incontida
a euforia hormonal em flor.
Acompanham-se dum líquido
(de aspecto nada sedicioso, sedífero, sedutor?,
se bem se pensa, não que importe),
a modo de mostarda,
cuja fórmula prospera
com zelo em caixa-forte
junto a um rato criogenizado
e várias estrelas ao calhas,
com que insuflam o estômago
da imatéria aérea exacta
para assassinar a cozinha mediterránica
a graves notas ex-abruptas,
sem desculpe-mes.

Aqui ao menos ninguém fala de bola.

3 comentários:

Maria José Meireles disse...

Portugal - Brasil é daqui a menos de uma hora...

Sun Iou Miou disse...

Já me informou a senhora a quem compro as cerejas.

Tenho de aperfeiçoar o sotaque. E não foi que a senhora (que é portuguesa, atenção) me perguntou se era brasileira...?! Mais será pelo excesso de vogais do que pelo corpo de samba.

Maria José Meireles disse...

ok