...de un no te quiero querer.
Às vezes arribam à minha costa náufragos,
seduzidos no faiscar de escamas
dos peixes que morreram sobre a areia,
julgando que alcançaram uma estrela*.
Mas não tarda o dia em que regressam
ao mar de que vieram derrotados,
queimados na aspereza destas praias,
secura nas promessas de diamantes.
Passado o tempo, deles só resta um eco:
as suas vozes implorando água
antes de se perderem no nunca mais
do oceano de que vieram.
Passado o tempo, deles só resta um eco:
as suas vozes implorando água
antes de se perderem no nunca mais
do oceano de que vieram.
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* Ou as minas do rei Salomão?
8 comentários:
O título prendeu logo a minha atenção e fiquei até ao fim do poema. Bom sinal!
:)
Os títulos são muito importantes para mim, Eli: a parte mais pensada de qualquer escrito. Nunca ninguém me dissera isto, de maneira que: obrigada :)
Imposíbel não te querer quando as palavras trazem estes mares tao fermosos.
Marabilhada fico!!
Vês, Xenevra? Disso falo: as palavras iludem.
Lembro um poema do Baldo Ramos:
Tira versos do poema.
Tira palabras do verso.
Que a palabra signifique
polo que é,
non polo que significa.
E que ser
non sexa
un simple xogo de palabras.
Perdoará, a senhorita Sun, certamente, mas já que o poema está em português, terás de escrever:
Não te quero querer
ou
Não quero querer-te
O teu 'Não quero te querer' é impossível, em tuga|
Presumo eu, mas busca melhor informação
Um abraço
Non coñecía o Baldo Ramos, Xenevra. Simple, lindo. Gustoume.
Era sem tempo, ó Jonas, que me viesses a ralhar. Andei à procura de quem me desse aulas de português em Cerveira, mas não há disso, parece.
De certa maneira sabia que ortodoxo não era, mas não tanto assim que magoasse os ouvidos sensíveis. Se calhar é melhor meter uma bomba nisto, não achas?
Obrigada.
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