Desdurmo nas trevas o novelo finito dos segundos,
habitada de in-sonhos,
desapossada de porvires.
O corpo é um desprazer de agulhas
álgidas que semeam brasas em músculos e ossos,
lancinantes,
cáusticas,
de que vingará a desolação.
Vem do caminho o lampião a me perfurar as pálpebras fechadas,
tremeluzindo em disfarçada ilusão de estrela
entre a folhagem decrescente do bordo japonês
a que o vento, irado com o mundo,
dá asas caprichosas.
E não durmo e não durmo
sobre o leito de dentes que me cravaste,
antes de a virares do avesso, na pele:
maninho e descarnado sequeiro!
P.S.:
Disto, afirmam eles, não se morre;
mas na dúvida, discrepo:
Desviver o tempo minguante
não é tricotar passos de moribundo?
Memoria
Há 4 anos
2 comentários:
Bonitas palavras!
Muito obrigadao pelos parabéns no blog da teté :)
Beijinho e um excelente domingo
Obrigada eu pela visita, Ka.
(A Teté é o almanaque da blogosfera, `_^)
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