Indefinível é
este arrastar-me mendigando uma resposta:
não te escrevo,
não te falo,
nem te sonho;
só me escrevo em ti,
em ti me falo,
em ti me sonho,
reptando-te sem alcançar nunca
os teus ouvidos cegos de me leres tanto,
de tanto mais me negares,
abafando-me os gritos inqualificáveis,
a gramática anã,
os verbos desconjugados,
o meu desconcerto fragmentado em hipóteses
sem norte.
Descrever-me é me cinzelar
indeterminavelmente discordada.
Memoria
Há 4 anos
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