Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tudo se transforma

Na alva em que tu virou ele
e me descobri a falar contigo.
Para Laura Ferreira dos Santos

Não tem medida a dor
nem tenho eu espaço bastante
para a guardar
nas gavetas secretas do poema,
antes me transborda das margens
do caderno
em que rascunho,
ilegível mente,
a rosada insistência do amanhecer
que me assalta
após a noite,
mais uma,
despida
do abraço em que fiquei presa
querendo sem querer;
despojada
de metas a longo prazo:
o mundo é aqui e agora,
nesta mágoa única e minha,
nestas lágrimas únicas e minhas,
que a sós para ele,
em memória,
se transformam.

7 comentários:

Maria José Meireles disse...

O fado é português!

Sun Iou Miou disse...

O fado é universal e infinito, Maria.

Maria José Meireles disse...

ainda me ensinas a gostar de fado... que ironia, María.

Sun Iou Miou disse...

Dificilmente, Maria, te possa ensinar a gostar de fado, porque não gosto... em geral. Alguma vez, excepcionalmente, ouvi algum de que gostei, talvez não precisamente pela música, mas pela voz. Mas isto tudo não invalida o que disse antes. Não suporto jazz, por exemplo (ó sacrilégio!), e isso não quer dizer que o jazz não preste -e muito, parece a julgar pelos olhares assassinos que me dedicam quando afirmo isto- ao resto do mundo.

Maria José Meireles disse...

há coisas que não se dizem... mas "o pensamento é vadio"...ensina-me a tua música...que fado já conheço...

Sun Iou Miou disse...

Vamos afinar, então, as três cordas do estendal.

Maria José Meireles disse...

ok