Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Segredos partilhados

Alimento-me de chocolates e poemas:
é assim que me nascem as palavras.

Sou triste.

Aprendi, contudo, que a felicidade é
um balão colorido sempre a fugir
que só com os dentes se agarra
por uns instantes preciosos...
mas ao trinca-lo, ansiosa a gente por retê-lo,
explode
no rosto
e dói.

A descer da Lapa o Porto acolhe-me
com o aroma doce e pesado
das tílias que me devolve à infância.
Aspiro-o fundo, devagar, e exalo-o.

Avanço
sem espreitar nos espelhos retrovisores
as sombras.

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