Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Monólogo com bola ao barulho

 Para o Fernando
Urdiria para ti um poema se gostasses
da cadência em que se exprimem
as ligações entre-tecidas dos fios
que nos juntam na conversa sempre adiada.
Mesmo que fosse preciso ao fundo
acrescentar uma baliza e um golo,
daquelas cores certas, tu sabes,
que te enredasse neste canto
nas horas em que as mágoas se consertam.

Mas há um espaço que se multiplica
cada noite e eu perdi os fôlegos
para atravessa-lo. Já só sei escrever
frases tresmalhadas do diálogo
que foi marcado para ali onde espera
o tesouro do arco-íris perfeito.