Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Escuridão nos passos

É neste silêncio que se vive
doravante noite e dia:
as mãos em cruz,
os olhos ao contrário,
cabelos emaranhados em labirinto,
as pernas sempre unidas aos pés
e ao pensamento, à boca.

É neste trilho que se escolhe
pelo eterno fora em sóis e luas:
o rumor do horizonte,
o mar sem derrota,
uma corcunda fendida de montanha,
as nuvens cristalinas que debruçam
ecos sobre a calma da poça.

Será nesse fluxo da voz apagada
que a claridade se vai reconstruir?