Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ante diem septimum Idus Decembris

E como fugir à transcendência
com que o dia se enfrenta,
esta ausência nítida de peso
e medida em segundos incontáveis?

Há em cada ano esse momento
em que torna a chover por volta
das três horas da tarde,
ninguém sabe bem para quê.


(Quiçá a lua resista esta intempérie
de deuses proscritos e vinho que se bebe
como sangue no dia equidistante
dum mês que perdeu o seu sentido.)