Está um silêncio tíbio na praça
que já não recebe ombros nus
nem óculos que disfarcem olhares
ou desejos pendurados dos decotes.
Ressuma a tarde devagar na pele fina
do casaco e aqueço os dedos entalados
na chávena dum remedo de café.
Deambulo por tropos como viagens
nesta ilha sem fronteiras que me abafem.
Petisca aos meus pés uma pomba
o farelo do bolo que me adoçou
as horas da penumbra iminente.
Paguei a conta, guardei-me no livro.
O homem segue os meus passos lentos
como quem vê afastar um cadáver.
Memoria
Há 4 anos