Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

sábado, 8 de maio de 2010

Repenicar

O poema não tem mais que o som do seu sentido
"Arte poética". A criança em ruínas. José Luís Peixoto


Evoca-me o som da chuva,
o tintinar dos sinos da aldeia,
os passos rápidos numa rua sombria
e silenciosa,
a areia, a areia, a areia...
que outra mão deixa cair na minha como um presente,
o sal! que pica na língua e enche de água a boca:
é a criança que me habita
e constrói sonhos
para mim
quando já só sou capaz de edificar ruínas.

2 comentários:

xenevra disse...

Marabillosos soños edificados con area e sal. Precioso son este sentido

Sun Iou Miou disse...

Grazas, Xenevra. :)