Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Estigma

Estás no outro canto da mesa redonda improvisada
na que partilhamos música e conversas alheias,
não dá para falarmos.

De quando em vez miras para mim,
eu miro para ti de vez em quando
e no momento em que me sorris dos olhos,
sei que percebeste,
sabes que percebi
e sorrio para ti de dentro.

Nas despedidas, só tu te achegas,
só tu me pousas a mão no ombro, leve e cálida,
e logo os meus dedos acariciam-te nas costas um quase nada.
Beijo-te, beijas-me
e os nossos pômulos roçam-se, doendo-se.

Sem comentários: