Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nem sempre é o mais cruel...

Ainda é abril e chove como cumpre:
escorre-me a água da cabeça aos pés:
hoje levo o rio no corpo:
dois casais de patos partem dos meus braços,
nos meus olhos pousam ao uníssono as asas.
No mesmo lugar de ontem ouço, escuto agora,
o canto novo dum pássaro
e a sua resposta: quero já só
saber o seu nome e daí as cores.
Sente-se também uma podadeira.
E os ventiladores do computador, claro.
Passa alguém no caminho e os cães
latem em multiplicados ecos... ecos.