Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ginástica pulmonar

Eu digo-te como amanhece.
Tem gosto ao sal no café
e nuvens coladas nas janelas.
O oxigénio rarefez-se ametal
de sopros
na minha tabela dos intervalos
irregulares.
Ofego, pois,
nos filmes que não vejo ao teu lado,
nos silêncios com que te não toco.

Eu digo-te como amanhece.
Sai o sol e canta
sempre o galo vizinho:
aspiro,
expiro,
aspiro...