Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mãos

Se digo mãos, digo só as tuas,
substantivas, dadas,
em mim que já me perdi nelas
procurando-me;

digo
a juventude
que em falas antiquíssimas
me sussurra em todos
os cantos meus
(áreas-sons)
moribundos;

digo
as que vi pousadas na mesa da sala,
antecipadas
em escritos,
invasões,
colonizações,
acordando-me,

digo
as que ouvi reptando-me,
guias de trevas penumbras clarões fulgores
abrasando-me apaziguando-me
tuas.

Se digo mãos,
é cativeiro dos meus sentidos em ti
que digo: o teu nome aqui dentro.

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