Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

quinta-feira, 11 de março de 2010

Espaço reservado (segunda parte)

Pintar versos na rua seria bom, mas depois, quem os leria?

Lê-los-iam os tristes, meu,
que caminham de olhar no chão
extirpando o próprio desconsolo
dos espelhos;
os pequenos,
cuja ambição não alcança os botões dos semáforos;
os cansados, que reptam devagar
tentando não incomodar as pressas
dos que correm por chegar antes a nenhures.
Lê-los-iam os que moram na palavra,
pé ante pé,
esquecendo ontens,
ignorando amanhãs.

3 comentários:

Carril disse...

E os que durmen nelas...

Mui lindo!!

Sun Iou Miou disse...

Muito triste. :)*

Carril disse...

Por que será que cando lemos un poema alegre deixa de ser tan revelador?
Será que prexuzgamos que a felicidade é máis sinxela? Ou é envexa?
Hoxe estou chea de domingo despois da tormenta...
Ata pronto!