Tudo depois da poesia é uma merda.
Ademar Santos

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sons nocturnos

O desumidificador que esqueci desligar,
o ressonar da caldeira e os estalos dos radiadores,
o relógio da sala que dá todas as horas
(e as meias) e o pêndulo
que bate em cada segundo e se baralha
com as palpitações dos meus pulsos,
o galo cego e insone do vizinho,
um cão que late ao longe, outro
que lhe responde e mais um que uiva
ao vento do pinheiral o medo,
a minha memória de ti
e o crepitar da geada na relva,
as dores,
a Dor.